11 de novembro de 2007

A Freguesia da Ajuda


Considerada uma das freguesias mais antigas da cidade de Lisboa. Instituída no 1º quartel do séc. XVI, integrando várias populações onde salientamos a de Alcântara, Belém, transferindo-se nesta mesma data a sede da Freguesia da Ajuda para o Convento da Boa-Hora. Em 1852 a Freguesia da Ajuda ficou separada do Concelho de Lisboa passando a fazer parte do Concelho de Belém onde se manteve até uma reforma posterior que voltou a incluí-la em Lisboa.
Os primórdios históricos desta Freguesia remontam à época em que a Ajuda não passava de um local despovoado e inculto que ocupava uma dimensão bastante significativa pois estendia-se da Praia de Belém até à Serra de Monsanto.
Que factor contribuiu para que a Freguesia da Ajuda crescesse em termos populacionais?
Segundo a lenda, um pastor que passava por estes lados deparou-se com a imagem da Virgem numa fenda de uma rocha. A notícia desta aparição propagou-se rapidamente contribuindo para a proliferação de manifestações de fé. De todo o lado vieram devotos a adorar a imagem, trazendo oferendas em dinheiro e jóias proporcionando, com os recursos obtidos, a construção, no local onde foi encontrada a imagem, da Ermida de Nª Srª da Ajuda. A partir daqui a Freguesia da Ajuda passou a ser povoada por gente que queria viver sob a protecção do santuário o que levou à construção de tendas de venda, barracas e casas, nascendo assim um povoado que não parou de crescer, devido ao número cada vez maior de devotos e peregrinos que rumavam a estas paragens para adorar a Virgem. Este facto veio contribuir para a construção de um templo de devoção maior e melhor que a primitiva igreja.Dª Catarina, mulher de D. João III era muito devota à Nª Srª da Ajuda, facto que proporcionou o desenvolvimento da Freguesia na medida em que a devoção trouxe a corte a estas paragens levando nobres e fidalgos a construírem as suas casas de campo na Ajuda, tornando-se por isso uma zona de eleição destinada a gente fina e abastada.
Após o terramoto de 1755, vieram instalar-se na Ajuda o rei D.José e a corte. Ocuparam a Quinta de Cima onde foi construído um paço de madeira denominado de a "Régia Barraca". Também a capela foi transferida para uma construída na igreja paroquial de Nª Srª da Ajuda. Em 1756 transferiram-se para a Ajuda os frades Agostinhos, provenientes do Convento da Boa-Hora, em Lisboa, destruído pelo terramoto. Foi edificado um novo Convento denominado também de Boa-Hora.Nessa época e por questões de segurança, muitos dos moradores terão escolhido, nessa altura a Ajuda para habitar. Devido a este facto, em 1758, a população tinha passado de 1059 para 4748 habitantes.
Por volta de 1762-1763 a freguesia da Ajuda deixou de ser considerada suburbana, sendo incluída nos limites da cidade.No que diz respeito à sua estrutura em termos de rede viária, na época os arruamentos eram apenas cinco: Calçada da Ajuda que ligava Alcântara à Ajuda; Travessa da Estopa; Calçada de Nª Srª da Ajuda; Rua das Mercês e Rua da Paz. Os restantes acessos resumiam-se a caminhos ou estradas como por exemplo a Estrada do Penedo (Calçada do Galvão) ou a Estrada da Ajuda para Carnaxide (via Caramão e Caselas). Existiam muitos terrenos agrícolas, pedreiras, fornos de cal e moinhosEm 1768, na Horta da Quinta de Cima, Marquês de Pombal mandou plantar o Jardim Botânico.Entre 1766 a 1787 Pina Manique mandou construir o cemitério da Ajuda (junto ao sitio da "Cruz das Sardinheiras"). Este cemitério era destinado a "criados da casa real e pobres da Ajuda e Belém.
A história marcou a Freguesia da Ajuda, por aqui passaram reis e rainhas que deixaram uma herança em termos de património importantes para que seja reconhecida como uma zona turística. Desta herança salientamos o Palácio Nacional da Ajuda.
texto retirado do site da Junta de Freguesia da Ajuda
zeca

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